20080708

Bucket o' emotions

O homem do balde lá seguia, no seu vai e vem contínuo, carregando o futuro de vidas alheias naquele recipiente de plástico, outrora pleno de utilidade, com um uso pré-determinado, rótulo de função, depois reaproveitado para transportar tudo o que lá coubesse; umas vezes cheio de silêncio, de vazio(s), outras plenos de emoção, cheio de vigor para levar tudo o que conseguir...
No seu âmago, o homem de farda branco percebe hoje que nem tudo o que lá coube se deveria ter levado, nem tudo deveria ter sido bem acondicionado, pois nem tudo o que coube teve utilidade, muito de que lá entrou acabou por não sair e o que saiu, por vezes fê-lo na pior altura... Boas sensações daquele cilindro oco de plástico emergiram, bons momentos que perduraram durante a sua existência, alimentados por esperanças , vontades e quereres muitas vezes difusos . Se escutarmos com atenção, no fundo do recipiente ecoa a voz daquela figura, que se movia de noite e de dia, sob canos e tubos e edifícios austeros, caminhando para não sair e continuar a sentir o balde vazio, pendulando em sua mão: volta, preenche este vazio...

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