20080708

Bucket o' emotions

O homem do balde lá seguia, no seu vai e vem contínuo, carregando o futuro de vidas alheias naquele recipiente de plástico, outrora pleno de utilidade, com um uso pré-determinado, rótulo de função, depois reaproveitado para transportar tudo o que lá coubesse; umas vezes cheio de silêncio, de vazio(s), outras plenos de emoção, cheio de vigor para levar tudo o que conseguir...
No seu âmago, o homem de farda branco percebe hoje que nem tudo o que lá coube se deveria ter levado, nem tudo deveria ter sido bem acondicionado, pois nem tudo o que coube teve utilidade, muito de que lá entrou acabou por não sair e o que saiu, por vezes fê-lo na pior altura... Boas sensações daquele cilindro oco de plástico emergiram, bons momentos que perduraram durante a sua existência, alimentados por esperanças , vontades e quereres muitas vezes difusos . Se escutarmos com atenção, no fundo do recipiente ecoa a voz daquela figura, que se movia de noite e de dia, sob canos e tubos e edifícios austeros, caminhando para não sair e continuar a sentir o balde vazio, pendulando em sua mão: volta, preenche este vazio...

20080707

Finally today...

Inauguro hoje oficialmente esta página, aterro de sentimentos e emoções, inicialmente previsto para ser escrito a 4 mãos, mas adiado consecutivamente, pois as ditas andavam noutras danças, bailando ao som de leves brisas e melodias, cantadas em sussurro...
Neste momento apenas duas mãos se agitam para escrever estas linhas, sem certeza que outras, mais delicadas - sim, de facto são-no - se meneiem para opinar sobre o que está escrito...
Há esperança, sim, ela existe, mas é vã, uma fímbria de luz lá ao fundo... Talvez seja por isso que estas letras escorrem para aqui, por não haver forma de as convidar a lerem, rirem, reprovarem, corrigirem, tocarem... Enfim, como me dizia hoje alguém, "cada um tem o que merece" e eu, apesar de não concordar inteiramente, deleguei nestas mãos longas, de dedos esguios, a minha defesa...

Tu piscas uns pixeis abaixo... demoro-me a ler-te, um misto de medo e curiosidade - prolongo a vontade para sentir esta comichão dançarina a fazer-me cócegas na barriga... (sim, as borboletas)

Refugio-me aqui, apesar de nunca ter visto este conjunto de pixeis e bits como um porto de abrigo, começo a perceber o teu prazer de vires até aqui abrires-te ao mundo, confessares o que guardas... Agora entendo um pouco...